Dignidade humana.

É um termo difícil de compreender pois por ser uma palavra composta, talvez em um primeiro momento apenas o termo dignidade se fixe e ecoe em nossas mentes.
Ser digno está relacionado com ter merecimento, mas também tem relação com ser respeitado. E acrescentado o termo “humano” qual expressão eu crio?
Uma pessoa humana em sintaxe pode soar um termo redundante, mas em conotação vai além de uma interpretação fria de linguagem. Uma pessoa que é humana é alguém percebido como compassivo, que consegue pôr-se no lugar do outro, que sabe que há uma faísca divina dentro de cada um e por isso todos e qualquer um merece ser tratado com respeito e gentileza, não importa a situação.
Pensar primeiro no outro de forma que se consiga servir como canal de algo maior. Não de modo a lesar-se em auto sacrifício como enganosamente podemos nos convencer de que faremos o melhor desta forma quando na verdade assim se destrói aquilo que deveria ser a causa de tudo, ou seja, a nós mesmos, mas sobrepondo a necessidade do outro sobre sua vontade de receber, mantendo-se aberto para o aprendizado que poderá resultar dessa experiência ao final do processo.
Agir com dignidade humana portanto torna-se muito desafiador pois precisamos abrir mão de um julgamento inicial que facilmente fazemos pelas aparências e rótulos que naturalmente colamos nas pessoas. É necessário nos abrirmos para o fato de que não sabemos o que está acontecendo do outro lado do espelho, olhar para o outro e tentar compreender o contexto de vida em que ele se encontra, seus desafios e dores, suas dificuldades diárias.
Assim se vai além do tangível e observável, ganhamos outra dimensão para agir, e desta forma percebemos o que podemos compartilhar naquele momento. Não importa o que o outro desperte em mim de forma reativa: raiva, ódio gratuito, reprovação, compaixão, tesão, amizade, paixão, eu decido ir além pois ele não merece a dor que eu posso lhe causar enquanto minha ação estiver enraizada em um modo de agir de maneira reativa, mesmo quando isso parece ser motivado por algo positivo.
Nos tornamos conscientes com mais facilidade da reatividade que temos à situações e sentimentos despertados que nos parecem negativos mas o maior segredo de agir com dignidade humana talvez esteja em ser delicado com o outro quando não podemos corresponder às expectativas que despertamos nele, não por incapacidade, mas por compreensão de algo maior e por perceber que aquilo que é despertado no outro também é de natureza reativa. 
Tudo é positivo, mesmo quando o processo desperta em nós a sensação de que não é, mas para tornar-se positivo precisamos que ser a causa de nossas vidas a cada instante.
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