Paradoxo

Imagem: Auto retrato de Mauritus Cornelius Escher

Estamos preparados para receber o que esperamos receber do universo. O recipiente recebe aquilo para o qual está pronto. As pessoas ao nosso redor refletem nosso mundo interno e isso é fato consumado. Não importa o que as pessoas gostariam de te oferecer. Se você tem uma carteira onde cabem R$ 100,00 você até pode encontrar R$ 1.000,00 eventualmente tropeçará neles mas não os verá ou eles se desperdiçarão no tempo e você não saberá aproveitá-los. Você recebe aquilo que cabe no seu recipiente e aquilo para o que você se programou para receber.
Se você se odeia será ódio que receberá. Se você não se aceita então receberá desprezo e preconceito, naturalmente você merece ser amado e aceite mas precisa se convencer disso por que é onde sua consciência está sintonizada naquele momento de sua vida que determinará tudo.
Às vezes é preciso uma grande dor para descobrir que você é mais amado pelas pessoas que te cercam do que percebia ou que era você quem estava afastando as pessoas, que sua solidão era feita de vazios seus, que os abismos foram abertos com a picareta do seu isolamento por suas próprias mãos. Falo das suas dores mais verdadeiras, temidas e profundas, daqueles lugares que não queremos tocar, onde temos pena de nós mesmos e não nos percebemos como causadores de nossas próprias tragédias e dramas.
Quantas vezes você temeu ficar sozinho e usou as duas mãos para empurrar as pessoas embora da sua vida? Em algum canto escuro de si havia um monstrinho te convencendo a mandar todos embora antes que a festa terminasse, que fossem embora pois você se sentiria só de qualquer forma, pois era o sentimento previsto e está “sob o seu controle”.
 Se você tiver sorte o universo será generoso e criará circunstâncias para trazer eles de volta, noutras circunstâncias você terá de armar-se de humildade e coragem e resgatar as joias que você mesmo jogou fora naquela noite escura na praia, quando você achou que segurava apenas um saco de pedras, quando na realidade arremessava diamantes ao mar.
 Haverá aqueles diamantes que se perderam na arrebentação ou num fundo de lago e o esforço para resgata-los será tão grande que você terá que pagar as consequências e encarar a perda.
A vida é mesmo um paradoxo de onde você tira coragem do medo, força da fraqueza, amor do ódio, paz de espírito da luta constante contra seus monstros internos. 
A perfeição da vida está em saber reconhecer nas pequenas imperfeições que compõem nosso dia a dia, naquelas esperanças que se perdem pelo caminho e no momento certo nos provam que deveriam mesmo ser perdidas, nas pedras no caminho que nos fazem tropeçar ou desviar. A vida não é escrita em linha reta, nem costurada em um único pedaço de pano. Somos feitos dos retalhos de cada dia, onde fica apenas aquilo que importa, em essência, para nos transformar depois.
 Para encontrar a segurança é preciso lançar-se no desconhecido e descobrir de que somos feitos de verdade, conhecer-se, desfazer-se, reconhecer-se numa eterna reconstrução e desconstrução.
 Para ganhar é preciso doar, é preciso estar disposto a perder, e admitir que no fim nada é nosso mesmo, que tudo na vida não passa de uma generosa concessão do universo e que o universo trata melhor aqueles que aprendem a administrar as gratificações que ele concede, por que na verdade não é ele a causa de tudo, somos nós mesmos!

Quer ser feliz? Não há prêmio da loteria sem aposta! Ao abraçar o vazio momentâneo nos dispomos a conquistar nossos desejos, para ganhar algo melhor é preciso abrir mão do que se tem agora. Mas antes de tudo não esqueça que nessa inconstância que é o paradoxo da vida para ser feliz de verdade há apenas uma oportunidade no tempo: AGORA!
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